segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

AMORES


No fundo do poço
Triste, a espera da morte, sem noção
É, gente
Um sem noção é o que eu era
De amores sofridos e amores perdidos
Sim , o maior deles perdi
E junto desse amor tão grande foi-se a vontade de viver
Rabiscos obscuros, ininteligíveis, agressivos a todos
Era a única forma que encontrava de expressar meus sentimentos
Aí, do nada, vem essa criatura esplendorosa me enchendo de vaidades
Nem sei de onde surgiu
Nem porque
Invadiu minha vida sem pedir licença
E preguiçosa, manhosa, doce felina foi se alojando em meu coração
Resultado?
Me apaixonei, óbvio
O amor dos mais puros, mais sinceros, mais singelos
Tão grande que eu não considerava amor
AMORES!
Era assim que eu sentia essa loucura por esta mulher
Múltiplos, maiúsculos, exclamados amores
A personificação do mais abstrato sentir
Nada haver homem-mulher
Apesar de tê-la desejado por demais
Era algo muito puro e é até hoje
Ela sabe, pois
Sabe o tipo de amor que é esse meu louco e profano amor
Mas a frustração e a decepção afastaram-na de mim
Tornei-me esquisito
Criei uma barreira entre nós
E sofro demais por isso
Ela abriu a porta do meu coração e partiu
Não mais a tenho
A luz da minha vida está se esvaindo
O medo da escuridão vem me massacrando dia a dia
Aquela que me trouxe de volta à alegria se faz distante
Sinto sua repulsa
E isso dói
Dói demais em meu peito
E torno-me espesso, denso, tenso
Com a vida comprimida como se num buraco negro
Das duas uma
Ou essa energia que emana de meu ser explode com força tal que um novo big-bang
Ou a cada episódio torna-se mais opaca e absorve toda a luz ao seu redor
Porque meus AMORES por ela transcendem

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