sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

MARCAS NA ALMA


Na verdade nem sei o que é alma
Dizem ser algo que está dentro de cada um
A centelha divina ad modum
O âmago que, as passagens desta vida, guardará
Mas não seria isso mente?
E por tanto me acham indecente
Até mesmo um demente
Pra mim tanto faz
 Não acredito em coisas sobrenaturais
Posso dizer de minhas memórias
Paixões que deixaram sequelas seguidas
Outras que como unguento curaram-me as chagas
Provações que marcas deixaram em mim
Glórias e inglórias de uma vida simplória
Como se fossem feridas
Lamentos de causas perdidas
Em meu peito, cunhadas
Tatuadas em meu coração
Senhoras de minha razão
Orgasmos de luz
Sorrisos e lágrimas que levarei até o fim
Que tornaram-me um homem correto
De certo discreto, porém nunca exato
Por vezes um grande sábio,
Vez ou outra, um tolo, insensato
Por isso não creio em alma
Não como algo que me acompanha desde a criação
Creio sim que se ela existe
Por toda uma vida a construí
Suas belezas persistem em aura matiz
Seus dramas insistem em ser cicatriz


Homenagem à minha amiga Irany, meiga, delicada, gentil, linda. Que meu deu o tema e a inspiração. Linda de corpo e alma!

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