sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

LÁGRIMAS


O que faço pra não magoar meu doce anjo?
A flor mais bela que surgiu em meu jardim
Vivo em angústia por estar distante
E esse sentimento que me assalta faz ferir meu coração
Não temos muitos ternos momentos
Quiçá momentos eternos
Vivemos de ilusão, de sonhos rotos, mendigos
E vos digo que a pena não vale
Que pena, mas o que quereis que eu fale?
Que a amo e não posso viver sem ela?
Que minha pobre vida é espiá-la pela janela?
E não poder tocá-la, nem seus beijos provar
Nem mesmo eu seu corpo moreno roçar
Ou sentir em meus ouvidos seus poemas ronronar
Não poder ouvir sua voz ou seu  gostoso cheiro sentir
Nada resta a arguir, então, o que faço?
Me desfaço, definho de tanta saudade e choro
Imploro aos céus uma chance de ser feliz
Ao lado dela, só isso me importa
E essa adaga que minha garganta corta
E me impede de gritar ao mundo esse meu louco amor
Desejo tê-la a cada entardecer
E a dor da distância me destroça a cada amanhecer
Meu peito aperta, encolhe de tristeza
Dureza que vitra este já cansado coração
Que não vibra, mal bate, quase morto pra qualquer emoção
Que não mais emana calor e nem liga pra dor
Apenas transita meu sangue por meu corpo moribundo
E ordena que minha mente faça apenas o que resta
Amor que se preza, que presta
Serve apenas pra florescer os grotões
Com lágrimas fúnebres, amargas, incessantes
Por ela
Lágrimas por ela que está tão distante
Lágrimas incessantes que até me afogam
E rogam boa sorte por apenas um instante
Pra tocá-la, beijá-la, amá-la como deveria ser
Mesmo que seja em meu leito de morte
Pois sua luz não me largará às escuras
E nem por mil vidas futuras há de evanescer

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