sábado, 13 de novembro de 2010

TENRA FLOR



É!
A vida resolveu finalmente me premiar
A solidão me consumia megera
A solidão nos consumia
Quantas diferenças entre nós, tantos anos
Eu, triste, esperava meu fim
Ela, confusa, sem saber o rumo a seguir
Eu, de uma vida sofrida, de amores perdidos, amores bandidos
Ela, de medos futuros, de presa inocência, atas de infância
Eu querendo que a morte logo viesse
Ela ansiando que a vida entendesse
Eu calejado, moído, enrugado
Ela divina, exuberante, farta de dons
Eu a encontrei, assustei, fugi
Ela me encontrou, sorriu, se entregou
Eu fênix, acendi, ascendi
Ela fada, cintilou, encantou
Minha vida hoje é assim
Amo esta tenra flor
Vivo por amá-la
Vivo por vivê-la
Mais vivo ainda por tê-la junto a mim
Ouvir sua voz, sentir sua pele, tocar seus lábios
Tê-la em mim
Durmo, ela está em meus sonhos
Acordo, ainda está ali
Sua luz me aquece, me protege
Sua vida não é diferente, dedica-me todo seu amor
Alegra, diverte, inebria, fascina meu ser
Remoça-me a alma
Os tolos criticam, censuram, apedrejam-nos
Os sábios, eternos amantes, nos aplaudem
Alçam nosso amor aos céus
Com doçura nos invejam
E esperança nos almejam
Amo esta tenra flor, repito
E cruzes não me deterão
Fogueiras não me impedirão
Mares revoltos de hipocrisia jamais me afogarão
Sequer apagarão meu fogo
Ele é eterno como nosso amor
Alimentado pelo calor de sua juventude
Aferrado, constante, firme, fixo, inabalável, obstinado
Perseverante, profundo, íntimo
Arraigado em sua centelha divina

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