segunda-feira, 8 de novembro de 2010

PANGEIA E BABEL


Todos os pessimistas esperavam o Armageddon
Os otimistas também
Seria o melhor para a raça fétida
Um holocausto sem proporções varrendo a vida do planeta
O homem trabalhou duro
Ah, como trabalhou duro
Na verdade seguiu uma lei natural
A construção é lenta, seu alimento: a paciência
A destruição é vupt! Vestida de egoísmo e nutrida por mesquinhez
Mas a natureza é sábia
Agiu em silêncio como sempre
O serzinho se achando o tal
Terremotos, tsunamis, derretimento de geleiras
E ele pensando que era o responsável pela revolução
Esta, fruto de suas mazelas e insanidades
Qual nada!
A natureza estava agindo
Rearranjo de placas
Cada milímetro
Tinha que fazer algo para deter o belzebu primata
Mas só detê-lo não adiantaria
Teria que fazê-lo enxergar
Fazê-lo aceitar sua impotência diante à criação
Movimentos fractais
E disparado o revólver da união
Na marra
Foda-se, bicho homem!
A terra tremeu
Muitas vidas se perderam (que bom!)
E tremeu e tremeu
As placas chacoalharam
Continentes partiram alucinados
Uns rumo aos outros
E finalmente a colisão
Tudo junto
Amontoado
Preto, branco, amarelo
Ameríndios, germânicos, orientais
Jesus, Buda, Alá, a puta que o pariu
Agora é uma terra só a Terra
Novamente a Pangeia
Que sabedoria da gênese!
 Entre Eufrates e Tigre
No centro quase exato do novo velho continente
Donde um dia fora a rica Mesopotâmia
Hoje o pobre Iraque
A Torre de Babel
Que alcança o céu
E onde todos falam a mesma língua
Na marra!

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