domingo, 28 de novembro de 2010
SOLO TE QUIERO
Eu nunca vou entender o que passa na mente dos homens
Levam a vida querendo as mulheres
Muitas
Várias
Nem escolhem direito
Se afundam de cabeça
Não têm sensibilidade
São pobres de alma
Sem brilho
Sem aura
Sem luz
Sem cor
Quando têm a oportunidade de algo realmente bom
Jogam pela janela
Fazem-nas sofrer
Será que também sou assim?
Se generalizo, me incluo
Faço parte do rol dos abestalhados
Vejo numa mulher a certeza da magia
Tudo aquilo que sempre desejei encontrar
Inteligência: de sobra
Beleza: esbanja
Sensibilidade: ver pra crer
Pureza: insipida
Delicadeza: fada
Feitiço: desejo
Desejo: muito, tudo
Feições: invejo
Sua sensualidade é prima
Um rosto perfeito
Um sorriso viciante
Um corpo divino
Ah! E seus pés, como são fofos
Morena ainda por cima
Pra me deixar enlouquecido
Ela deve ser de alguma espécie que se imaginava extinta
Talvez uma amazona
Quem sabe de Atlântida
Não sei!
Sei que humana ela não é
Não pode ser
De tão perfeita
Eu quero ela pra mim
Mesmo que em meus sonhos
Mesmo que em pensamento
Juro que vou amá-la por toda minha vida
Prometo tolerar até suas chatices mensais
Jogo-me a seus pés
Que seja para pisar-me
"Sepá me dá igual"
"És el amor de mi vida"
"Solo quiero su amor"
"Solo te quiero mi deuda"
"Solo"
É HORA DE REPENSAR
Decidiu-se, sei lá por quais motivos, dar um basta no poder paralelo instituído nos morros do Rio de Janeiro.
Instituições, outrora não empáticas, agora se unem para erradicar o tráfico de armas e drogas daquela cidade.
Pelas imagens mostradas pela sempre monopolista e oligárquica Rede Globo vimos que, sim, é possível banir a bandidagem dos morros, mas não podemos esquecer que o tráfico movimenta muito dinheiro, que é o senhor das vidas humanas, o verdadeiro Deus onipresente, onipotente e imortal, visto que Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo, com Ele se pode tudo e enquanto existirem humanos Ele existirá.
Porém, e depois? O que será feito depois da libertação das comunidades do subjugo de marginais inescrupulosos? Quem ficará no poder? Quem administrará essa grana toda que ultrapassa os 10 dígitos?
O que será feito com os viciados?
Os usuários são os verdadeiros responsáveis por essa desgraça. Enquanto os traficantes geram emprego (informal como tantos outros pelo país) e pagam seus "funcionários" em dia (quem tem cu tem medo) os viciados aterrorizam a família, roubam pai e mãe para sustentar o vício, são preguiçosos e não gostam de trabalhar.
No limiar do século 21, com a internet dominando os lares e a informação chegando em velocidade nunca imaginada, ouço dizer que jovens não têm perspectivas, que temem o futuro por não poderem alcançar ou mesmo almejar a conquista de seus sonhos.
Bando de covardes!
Estamos cansados de saber que as instituições polícia, política e clero são as maiores responsáveis pelo fomento da banalização tanto do uso de entorpecentes quanto da ignorância.
Sabemos que nelas existe uma grande leva de malditos que gozam dos prazeres gerados pelo tráfico.
Ora, não sejamos hipócritas. Eu nunca ouvi falar que traficante não paga seus empregados, nem nunca ouvi falar que traficante rouba a mãe, também nunca vi traficante vagabundando pelas praças e jardins, os que vi estavam trabalhando, entregando seu produto sob sol ou chuva, a qualquer hora do dia e da noite.
Temos que lembrar que se os viciados forem erradicados automaticamente os traficantes também o serão, portanto, devemos dar mais atenção aos nossos filhos, aos nossos amigos, aos nossos vizinhos.
Devemos cobrar dos políticos que elegemos maiores e reais investimentos em educação, em produção, em cultura, em felicidade.
Devemos cobrar das autoridades o verdadeiro valor que o brasileiro tem para o Brasil.
Devemos colocar em prática a massificação do dízimo crístico, que, não sei se este infeliz povo cristão sabe, seria a doação de 10% (dez porcento) de suas vidas (ou seja: 2h24min por dia) em prol da humanidade e não a décima fração de seus rendimentos aos profanos vigaristas auto-denominados mensageiros do Criador.
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
MALDITO!
Meu amor partirá em breve
Para sempre
Me deixará só neste mundo de trevas
Pois aqui não é mais seu lugar
Mundo de vermes e pestes
Amigos tentam me confortar
Sentem a imensidão de meu sofrimento
Mas sabem que nada em suas palavras me consola
Alguns dizem que ela vai para o céu
Um chamado do Criador
Urgente!
E neste mar de lágrimas que choro não se formarão brumas
Ah! Como dói meu peito
Os arpões da angústia ferem meu coração
Certeiros, precisos, cirúrgicos
Por que Ele precisa dela em seu reino?
Sei que ela é um anjo
Mas Ele não é o Senhor de tantos?
Por que não me presenteia com esta dádiva?
Viver minha vida ao lado dela
Sempre fui um homem justo
Jamais causei mágoas a qualquer pessoa
Então por quê?
Maldito!
Tens tudo e nada me dás
Recordações?
Isto são migalhas...
Será este o meu prêmio?
Ou meu castigo?
Este será o resultado de duas vidas sofridas?
Suplico-Te, ó miserável onipotente
Imploro a ti, perverso imortal
- Não leva meu amor!
Ela tem um fruto em flor
E meu fruto em seu ventre
Deixa-a viver sua vida ao nosso lado
Somos uma família agora
Sonhamos tanto com isto
Descarrega Tua ira em mim
Pois meu ódio por Ti é de força pandemônica
Sou eu quem Te despreza
Não creio em Tua eterna bondade
Maldito!
Devolva o meu amor!
Não suporto mais chorar
Devolva-me, maldito!
Pare de fazê-la sofrer!
Ela é um anjo
terça-feira, 23 de novembro de 2010
SMS
Por vezes, há meses atrás, qdo nos conhecemos,
disse q t amava pra ñ t vr triste, pra t agradar,
mas tu, com teu jeitinho td especial foi invadindo meu coração,
m conquistando, m fazendo t amar cada dia +.
Hj, tu és a única coisa q importa nessa minha vida sem graça.
Só vivo pq tu existes.
T amo tnt q nem consigo respirar qdo penso em ti.
Tu és minha vida,
minha alma,
meu sopro,
minha centelha,
minha luz,
minha razão d vivr,
meu gde amor.
Aff!!!
Fikei excitado!
T amo, minha tenra flor!
domingo, 21 de novembro de 2010
ISABELLA, MEU DOCE ANJO
Ah! Como é bom amar alguém
O amor verdadeiro
Do fundo do coração
Sem posse, sem ciúmes, sem desejos
Sem mágoas, sem trégua, sem sexo
Só amor
Amor sem medida
Amor sem tamanho
Amor sem toque
Amor sem cobrança
Só amor
Este anjo que apareceu em minha vida
Não sei como nem de onde veio
Anjo peralta, anjo rebelde
Como eu sempre fui
Me admira, me respeita, me ama também
Confia em mim
Tem loucas idéias essa moleca
E um coração pulsante e quente
Suas incertezas a fazem frágil
Suas circunstâncias a tornam meiga
Pra mim ela não é mulher de meus desejos
Não é demônio de minhas tentações
Não é objeto de meus hormônios
Nem senhora de minhas paixões
É simplesmente um doce anjo
Que alegra minha vida
Que ilumina minha alma
Que enaltece o belo
Que compensa o amor
Meu doce anjo Isabella
Que amo tanto e tanto
NAHEMAH
Oh, Nahemah! Princesa do erotismo
Por que te amo tanto, succubus inglório?
Esta imensa beleza que me seduz
Que me faz cativo
À tua mercê
Faze deitar-me sobre teu corpo nu
De cândidos glúteos, semeio de pingos ferrugem
De seios fartos e avantes
De pisar geométrico, perfeito
De crista de lume e paixão
Faze possuir-te a pinel
Tu que em vil propósito
Cativas Hypnos, pobre imortal das ilusões
Para que ele me leve a devaneios noturnos
Vives enfim um engodo
Em sua melancólica forma de Aaba
Thanatos não pode me levar às profundezas
Caíste em tua própria mentira
Metamórfica, não podes com a figura da senhora das trevas
Lilith é soberana, por isso rainha
Nem mesmo o dolo divo Abraxas seria capaz de tal burla
O bem impera, o mal prospera
Sou filho de Astaroth, sou Narciso
E discípulo de Asmodeus
Por isso minha mente me leva ao prazer
As benesses da carne me convidam
E tu me comandas, escravizas
Pois és a mais bela
A pura flor do desejo
Oh, Nahemah!
Princesa da vida
Mãe de meu fogo
Te amo por toda a eternidade
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
VIRGEM DE ONÃ
A doçura de seu corpo transpira desejos
A penumbra convida à pensamentos descabidos
Ideias de amor
Imagens floreiam seu despudor
Pinças percorrem sua pele
Eriçam-lhe a pelúcia
Ela sonha com um ser mítico a tocá-la
Nautilus - aquele que tateia no escuro
Criatura cefalópode, inteligente, desbravadora, redentora
Cerra os olhos e percebe seus tentáculos
Ávidos por invasões
Cada um com seu punhal de sangue
Aptos a humilhar um homem
Ou deixá-lo louco
Sutis ao tocar seu íntimo
Tilintar seu cárneo rubi
O maior parece faminto
Lentamente escorrega
Incisivo
Profundo
Indeciso e hesitante
Ela morde os lábios framboesa
Ele desliza em seus delírios, encharcado de prazer
Ela engole o próprio néctar
E ronrona carente
Seu íntimo jorra, em paixão, fragrância torpe
E aquele falo esguio acelera o caos
Promove o vulcão
Contorsões
Espasmos
Alucinações
Vai-e-vem do frenético dígito senhor
Até o cântico das almas felizes
E o enlevo de torrentes sensuais
Seu âmago não necessita mais ser preenchido
Resta divagar por cântaros de Bacco
Ou deleitar-se em quimeras de Incubus
Do céu ao inferno
Em síncope de luxúria, paixão e êxtase
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
CASTIGO
Ontem dormi pensando em ti
Hoje acordei pensando em ti
Passei a noite sonhando contigo
Hoje acordei pensando em ti
Passei a noite sonhando contigo
Tomei um banho lembrando de ti
Tomei café querendo a ti
Liguei pra falar contigo
Tomei café querendo a ti
Liguei pra falar contigo
Todo carinho tenho pra ti
Como é duro viver sem ti
A vida só vale se for contigo
Como é duro viver sem ti
A vida só vale se for contigo
Mas tu não queres ficar comigo
Não tens amor pra mim
Nenhum sentimento por mim
Não tens amor pra mim
Nenhum sentimento por mim
Pra que viver comigo?
Tua vida segue sem mim
Nem saudades tens de mim
Tua vida segue sem mim
Nem saudades tens de mim
O tempo que perdes comigo
A angústia de estar perto de mim
A paz que alcanças longe de mim
A angústia de estar perto de mim
A paz que alcanças longe de mim
A única coisa que queres comigo
É de todos o pior castigo
Esquecer de vez este amor antigo
E ter-me apenas como amigo
É de todos o pior castigo
Esquecer de vez este amor antigo
E ter-me apenas como amigo
sábado, 13 de novembro de 2010
PRECONCEITO NOVAMENTE
-Viado tem mais é que morrer.
-Mas se você matar um, vai pra cadeia e vão comer sua bunda lá.
-E viciado? Deviam ser presos e nunca mais sair.
-Então prepare-se pra visitar seu irmão caçula.
-Putz, não gosto de preto.
-Sua mãe gosta, quando ela foi doar
sangue pro seu filho só tinha negão na fila.
-E gente pobre? Não suporto.
-Então coloque milionários na linha de produção da sua empresa.
Nordestino é um horror, gente muito feia.
-Gente sofrida. Mas é a região com o menor índice de suicídios, guerreiros.
-Não gosto de música sertaneja.
-Pudera, você nasceu na metrópole. Estudou piano.
-E esse presidente fazendo negócios com o Irã?
-Os caras pagam a vista e não boicotam nossa economia. Compram até água.
-Você viu? Os argentinos se fuderam na Copa.
-E nós também. Ganhamos a Copa e continuamos terceiro mundo.
-Porra! Você só me contraria, caralho.
-Só posso te dizer uma coisa:
Todo mundo caga fedido
E todo mundo,
Pobre ou rico;
Branco ou negro;
Feio ou belo;
Do norte ou do sul;
Homo ou hetero.
Toda e qualquer pessoa vai virar comidinha de verme.
E você é um dos primeiros, o câncer já te pegou.
SIGA-ME
Você se lembra...
Uma caminhada ao longo do rio
No vale dos nossos sonhos
Problemas esquecidos
Eles já escureceram o horizonte
Vida
Há mais do que parece
Há mais do que parece
O outro lado da dor está subindo alto novamente
E me faz chorar
Então por que você não me segue?
Por que você não me segue?
Esqueceu-se das promessas?
Apenas o fluxo dentro da água
Lembranças - apenas desaparecem
Ecos de um amor perfeito
Ferida apenas como uma força do alto
Os tempos estão mudando...
A vida apenas começou
Há novas metas a serem encontradas
Diferentes vales
Doces sonhos
Agora eu sei de um novo amor
Eu encontrei meu caminho
Dirk Assmuth
TENRA FLOR
É!
A vida resolveu finalmente me premiar
A solidão me consumia megera
A solidão nos consumia
Quantas diferenças entre nós, tantos anos
Eu, triste, esperava meu fim
Ela, confusa, sem saber o rumo a seguir
Eu, de uma vida sofrida, de amores perdidos, amores bandidos
Ela, de medos futuros, de presa inocência, atas de infância
Eu querendo que a morte logo viesse
Ela ansiando que a vida entendesse
Eu calejado, moído, enrugado
Ela divina, exuberante, farta de dons
Eu a encontrei, assustei, fugi
Ela me encontrou, sorriu, se entregou
Eu fênix, acendi, ascendi
Ela fada, cintilou, encantou
Minha vida hoje é assim
Amo esta tenra flor
Vivo por amá-la
Vivo por vivê-la
Mais vivo ainda por tê-la junto a mim
Ouvir sua voz, sentir sua pele, tocar seus lábios
Tê-la em mim
Durmo, ela está em meus sonhos
Acordo, ainda está ali
Sua luz me aquece, me protege
Sua vida não é diferente, dedica-me todo seu amor
Alegra, diverte, inebria, fascina meu ser
Remoça-me a alma
Os tolos criticam, censuram, apedrejam-nos
Os sábios, eternos amantes, nos aplaudem
Alçam nosso amor aos céus
Com doçura nos invejam
E esperança nos almejam
Amo esta tenra flor, repito
E cruzes não me deterão
Fogueiras não me impedirão
Mares revoltos de hipocrisia jamais me afogarão
Sequer apagarão meu fogo
Ele é eterno como nosso amor
Alimentado pelo calor de sua juventude
Aferrado, constante, firme, fixo, inabalável, obstinado
Perseverante, profundo, íntimo
Arraigado em sua centelha divina
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
PANGEIA E BABEL
Todos os pessimistas esperavam o Armageddon
Os otimistas também
Seria o melhor para a raça fétida
Um holocausto sem proporções varrendo a vida do planeta
O homem trabalhou duro
Ah, como trabalhou duro
Na verdade seguiu uma lei natural
A construção é lenta, seu alimento: a paciência
A destruição é vupt! Vestida de egoísmo e nutrida por mesquinhez
Mas a natureza é sábia
Agiu em silêncio como sempre
O serzinho se achando o tal
Terremotos, tsunamis, derretimento de geleiras
E ele pensando que era o responsável pela revolução
Esta, fruto de suas mazelas e insanidades
Qual nada!
A natureza estava agindo
Rearranjo de placas
Cada milímetro
Tinha que fazer algo para deter o belzebu primata
Mas só detê-lo não adiantaria
Teria que fazê-lo enxergar
Fazê-lo aceitar sua impotência diante à criação
Movimentos fractais
E disparado o revólver da união
Na marra
Foda-se, bicho homem!
A terra tremeu
Muitas vidas se perderam (que bom!)
E tremeu e tremeu
As placas chacoalharam
Continentes partiram alucinados
Uns rumo aos outros
E finalmente a colisão
Tudo junto
Amontoado
Preto, branco, amarelo
Ameríndios, germânicos, orientais
Jesus, Buda, Alá, a puta que o pariu
Agora é uma terra só a Terra
Novamente a Pangeia
Que sabedoria da gênese!
Entre Eufrates e Tigre
No centro quase exato do novo velho continente
Donde um dia fora a rica Mesopotâmia
Hoje o pobre Iraque
A Torre de Babel
Que alcança o céu
E onde todos falam a mesma língua
Na marra!
domingo, 7 de novembro de 2010
MELANCÓLICO BONSAI
É, meu amigo, minha amiga.
Doente, né?
Síndrome do pânico, depressão, fobias.
Doente.
Sei!
A solidão o consome.
Você chora.
Precisa de ajuda?
De carinho?
Então tá, vou cuidar de você.
Precisa de rega, de poda?
Que sejam arrancados os daninhos de seu entorno?
Quer que arranque os vermes de suas raízes e os parasitas de seus braços?
Quer que alguém crie patamares de sustentação para ascender sua beleza e exuberar seu egoísmo?
Aí, sim, estará forte, bonito, sorridente.
Feliz.
Seus anseios são efêmeros e mesquinhos.
O engodo de sua existência é alimento processado e sintético.
Síndromes e depressão é o que o fortalecem.
Você é muito, muito egoísta.
Já parou pra pensar que existe alguém em situação muito pior que a sua?
Necessitando da sua ajuda?
E você aí reclamando e gemendo.
A perfeição da sua genética não é motivo mais que suficiente pra sua felicidade?
E sua fé, é alicerçada apenas em dogmas, gurus, profetas e outras fúteis crendices?
Você não se diz imagem e semelhança?
Não diz que é detentor de livre arbítrio?
Não é você quem quer evoluir sem pecados pra poder, um dia talvez, sentar-se ao lado da porra do seu criador?
Então faça como ele: Crie o seu universo e cuide dele.
Faça sozinho.
Não espere ajuda.
Pelo contrário. Faça melhor que seu criador.
Cuide de seus filhos com amor e dedicação.
Não os coloque em seu mundo para serem escravizados, currados, esquecidos e morrerem de fome ainda crianças.
Pare de reclamar e se fazer de vítima.
Perceba como é linda a sua vida.
Deixe de preguiça e de tolos medos.
Viva cada dia intensamente.
Não como se fosse o último, mas como se fosse o único.
Lembre-se que o mundo assustador que está lá fora você ajudou a criar.
Você também é responsável pelos horrores humanos, afinal de contas você também é um ser desta lastimável espécie.
Com o seu joguinho de fragilidade você faz com que pessoas deixem de realizar obras importantes pra lhe dar atenção.
Tenha na sua cabeça que o melancólico bonsai no qual você se transformou será sim regado, podado, higienizado, aramado e colocado no canto de uma estante para ser contemplado como um belo ser vivo, mas dependente e inútil.
Que não produz nada a não ser uma mísera sombra.
Até morrer esquecido ou ser substituído por outro que, mesmo pequeno como você, consegue dar alguns bons frutos.
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
CEGO
Ah, quando no breu de meu quarto
Luzes apagadas
Fecho os olhos e viajo
Viajo pra onde quero
Planetas, galáxias, confins de meus domínios, de meus anseios
Ah, quando no breu de meu quarto
Tenho as mulheres que quero, as mais lindas, as mais mulheres
Todos os prazeres da carne
A volúpia da luxúria
E vejo um mundo sem guerras
Sem fome nem homens
Apenas crianças felizes, quando no breu de meu quarto
Tudo é belo, tudo é lindo
Tudo é vida
Grotões, rios, cachoeiras
Pássaros, deuses alados
Existência fugaz, do ácaro à jubarte
Toda flora, viva fauna
Natureza sem resto
Homem com lixo, sem alma
Quando, afinal, vou perceber a supremacia da criação?
Quando tudo for negro?
Ah, quando no breu do meu quarto
Os cegos é que sabem viver
Seres divinos
Mágicas criaturas
Tão abençoados que não precisam da visão cromática
Pra que comprimento de ondas, do infra ao ultra, Pra quê?
Os cegos sentem a vida
Cada momento, cada instante
Mesmo que num episódio
Eternos
Ah, quando no breu de meu quarto
Penso comigo
Em meus devaneios
Envolto em trevas:
-Por que temos que chamá-los portadores de deficiência visual?
Os cegos não têm deficiência
Têm ausência, superveniência, essência
Poderes supernaturais
Quando no breu de meu quarto, ah!
Tenho tudo e não uso nada
Sei para que servem, mas não uso
Posso tocar, ouvir, cheirar
Sei onde estão
Vejo, mas não enxergo
Nem sinto
Eu sim sou um portador
Não só de deficiência visual
Também de pobreza de espírito
Ah, quando no breu de meu quarto
Sinto uma vontade enorme de arrancar meus olhos
E mandar esse porte à merda
Deixar essa minha deficiência
E viver com sapiência
Tornar-me um cego
Eternamente nas trevas
Mas com toda a luz em meu ser
Ah!
Quando no breu de meu quarto!
PLURIPOLAR
A cada instante sou um
Anjo-demônio
To triste
To feliz
Amando
Ódio
Rindo
Penso
Louco
Sei muita coisa
Maníaco depressivo?
Carranca
Mosaico de idéias
Tímido
Tarado
Aproximo
Afasto
Vivo só
Adoro conversar
Lobo-cordeiro
Cordeiro-lobo
Amante da natureza
Fumante inveterado
Ser de luz
Bicho escroto
Filantrópico
Preconceituoso
A cada um sou instante
Simplesmente eu
Complexo Luís
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Se Eu Pudesse
Se eu tivesse o poder
De organizar os grãos de areia
Com certeza, estariam dispostos de maneira a formar letras
Palavras de amor
Queria conseguir controlar as águas
Assim as ondas
Todas
Teriam o formato de um coração
Pudesse manipular as nuvens
Elas escreveriam nossos nomes
Rodeados pelo brilho das estrelas
Caso as árvores me obedecessem
Cada uma de suas folhas teria um beijo meu
Pássaros me escutassem
Canções apaixonadas chegariam
Sempre
Aos teus ouvidos
Tivesse o dom de influenciar o vento
Sussurros de amor seriam frequentes
Ah!
Se eu controlasse o tempo
O tornaria infinito
Eterno ao teu lado
Se eu falasse todos os idiomas do mundo
Ainda assim seriam poucos os vocábulos
Muito limitadas as maneiras
Para falar que te amo
Mas nada disso eu posso
Tenho apenas as palavras
Português
Jamais serão fiéis aos sentimentos
Impossível traduzi-los
Nos é permitido apenas senti-los
Tenho ainda meu olhar
Olha dentro dos meus olhos
Enxerga minha alma
Ela grita que te ama
Por MarianaLuz (da minha vida)
GLOBALMENTE PARADOXAL OU PARADOXALMENTE GLOBAL?
Nuss! Como diz uma amiga
A imbecilidade toma conta de nossas almas
A preguiça em usar o cérebro leva as pessoas ao limbo
Como pode um objeto eletrônico transformar?
Zoombies televisivos
Mortos-vivos espectadores
Seu alimento: a pobreza
Seu combustível: a ignorância
Cultua-se a miséria com latas velhas e tudo por esmola
Tolos não percebem a lavagem cerebral
Pior, enganam-se em seus dejetos espirituais
Grande irmão da ausência de virtudes
Sem contar os vendilhões a profanar a Casa de Deus
Sagrada
Marcelos, Malafaias e Erre Erres
Cadê o pai?
Cadê o filho?
Onde está o espírito Santo que não salva estas pobres almas?
Não me digam que está entre o Rio de Janeiro e a Bahia
Porque nem isso vocês sabem, grotescas bestas
Aqueles que criticam a aldeia são piores ainda
Pois nela existem, mesmo que na madrugada
O Ciência, o Ecologia, o Universidade
Até o Rural nas tenras manhãs
E onde era pra estar o nobre está o pobre
Nada se aproveita
Nada acrescenta
A mesmice para os mesmos
Recuso-me a apertar este botão vermelho do controle
Vocês não irão me lobotomizar
SOLDADO DO INFERNO
Espada que brame em minha espada
Vidas ceifadas em muitas batalhas
Lamentos de mães, esposas e filhos
Soldados algozes rompendo muralhas
Memórias e honras de jovens heróicos
Funestas moradas de pedras e cruzes
A noite tão negra me deixa perdido
Procuro os ares, anseio por luzes
Meu peito molhado, envolto em sangue
Sem forças escuto o silêncio da morte
Canções de minha infância soam vazias
Qual prêmio dos deuses reserva-me a sorte?
Destino que não imagino sem armas
As chamas me queimam, por fim, nesta pira
A dor da partida me cega os olhos
Viver por senhores, morrer por mentiras
Não alço o inferno, demônios ou bruxas
O céu não existe e o tempo não passa
Mórbidos dias num éden sombrio
Vida eterna, sem sonhos nem graça
Por dias provei deste sangue maldito
Cercado por ódio, desgraça e horror
Crianças chorando, mudas, famintas
Antigos fantasmas me trazem pavor
Salva-me, Deus! Perdoa, tirano
Minh’alma, liberta! Meu pranto, encerra
Matei em Teu nome, honrei Tua lei
Não quero a morte. Sou cio da Terra
Desejo apenas viver entre os meus
Não quero pra mim esta ida sem volta
E sei não haver a luz prometida
A morte me espreita, com ceifas me escolta
Feliz serei quando ela chegar?
Será justo o rigor da ordem final?
O juízo que acusa, julga e condena
A balança da lei que pende pro mal
Será que mereço esta sina canhota
Vagar por caminhos de um negro futuro
Demônios vorazes me cercam famintos
SEM LUZ E ESPERANÇA. SEM VIDA OU ORGULHO.
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